Quanto um Acompanhante Terapêutico deve cobrar?


Tabela atual de preços



Primeira hora de AT a domicílio R$ 120
Segunda hora R$ R$ 70
Terceira hora R$ 70

Ou seja duas horas R$ 190
Três horas R$ 260

50 minutos de AT online R$ 120



Veja considerações sobre o tema abaixo

Indo direto ao ponto, por se tratar de uma atividade correlata de saúde mental, o AT deveria custar mais do que uma consulta em consultório com psicólogo, porque o acompanhante tem que fazer deslocamentos até o domicílio do cliente e isso restringe muito o número de atendimentos no dia. O custo do psicólogo costuma ser defendido pela sua extensa formação, mas o AT também pode ser portador de extensa formação e experiência.

Entretanto o AT custa bem menos do que um atendimento em consultório porque a demanda ainda é menor e existe pouco conhecimento do público sobre este tipo de tratamento no Brasil. Podemos comparar o custo com outras atividades a domicílio que cobram por hora, por exemplo o custo de um personal trainer, embora não sejam atividades comparáveis, que custa em torno de R$ 100 por hora: o AT visa exercitar a iniciativa do cliente no tecido social por meio de estímulos cognitivos, enquanto o personal se restringe às atividades de condicionamento físico.

Quando atua com idosos ou graves distúrbios mentais o AT costuma ser confundido com o trabalho do cuidador, o que também é uma atividade muito distinta. O cuidador trabalha período integral em atividades de manutenção vital do cliente, por exemplo alimentação, higiene, medicação, eventuais caminhadas, troca de roupas, mas sem o envolvimento em expectativas de tratamento de saúde mental. A intimidade de um cuidador com o corpo do paciente é muito alta. Ja com o AT busca-se resgatar a individualidade do cliente por meio de um vínculo do intelecto e da elaboração de acontecimentos e contribuições da pessoa no terreno. Sendo assim não se pode comparar a diária de um cuidador com a diária de um AT (embora alguns cuidadores sejam muito bem remunerados).

O AT portanto precisa ter uma bagagem cultural próxima de seu cliente, permitindo a interlocução e potencialização da parceria em dupla. Essa bagagem cultural tem um custo, portanto o AT, em tese, deveria ter também potencialmente um padrão sócio-econômico similar ao de seu cliente, ou seja, o AT desfruta dos mesmos acessos que pretende resgatar no seu cliente, sem com isso ficar restrito a uma posição de classe. 

Entrando em números. Todo profissional pode ter uma flexibilidade de preços, permitindo assim que pessoas menos favorecidas possam ser atendidas e aqueles com maior poder aquisitivo possam contribuir mais. Considerar que os preços variam muito de acordo com a reputação do profissional e seu número de clientes: com visitas uma vez por semana o valor mínimo que um AT deve cobrar é em torno de R$ 400 por mês, ou R$ 100 por visita. De onde veio este número? R$ 400 é um valor atraente, bastante baixo, que não chega na casa dos 500 por mês. Um AT só consegue atender 3 clientes por dia, porque os deslocamentos demoram mais do que a sessão em si e ele redige relatórios sobre as visitas. Se lotar a agenda poderá receber por dia R$ 300. Muito difícil um AT lotar agenda no cenário atual da saúde mental brasileira, mas se lotasse, ganharia no máximo R$ 6000 por mês, descontando transporte a alimentação na rua (R$ 1050), sobra R$ 4950 o que não é um vencimento milionário, não é salário, é autônomo, não tem férias e benefícios. Para atingir tal meta ele teria de ter 15 clientes de AT toda semana.

Digamos que se busque popularizar e atender de forma mais acessível, para promover o serviço, cobrando R$ 360 por mês, R$ 90 por visita por hora, e três clientes à domicílio por dia de segunda a sexta, receberá no máximo R$ 5400. Menos despesas de transporte sobra R$ 4350. Ja é uma faixa de vencimentos que compromete localização da moradia, os acessos culturais do profissional. Ainda podem incidir despesas de supervisão e terapia do próprio AT.

Vamos fazer o AT suar, ele vai atender por milagre 4 pessoas por dia e vai cobrar bem pouco, R$ 60 a visita! Vencimentos mensais lotando a agenda R$ 4800. É muito? Desconta ainda mais despesas de transporte (mais visitas por dia) e alimentação, sobra R$ 3360.  O calculo de rentabilidade de serviços costuma ser feito com 50% da capacidade para não depender sempre de 100% de ocupação, então o custo por visita não pode ser muito baixo para que o profissional tenha uma vida minimamente confortável e com acessos a serviços educacionais, culturais, análise pessoal, moradia próxima a sua clientela. Enfim, são necessários proventos mínimos para a vida que um "amigo qualificado" precisa ter.

Contrate um AT para potencializar o seu percurso.

Um abraço! 
Ricardo Ramalho
AT Para Todos

artistaramalho@gmail.com
publicado em 11/12/20
atualizado 27/02/24

O Acompanhamento Terapêutico na depressão leve

O percurso com o AT
É um distúrbio tão comum que cabe a pergunta. Quem não teve depressão? Existem variadas intensidades de depressão, algumas são muito severas, como quando a pessoa não sai da cama, ou estados depressivos "leves", e por vezes muito duradouros, onde o desempenho no dia a dia não chega a ser nulo, mas também não é satisfatório sob a ótica do próprio indivíduo. 

Enquanto uma depressão severa pode causar colapso do laço social e perdas econômicas significativos num curto espaço de tempo, a depressão leve pode causar "pequenos prejuízos" borrifados na vida ao longo de décadas, o que pode ter um efeito de longo prazo pior do que a depressão grave. Imaginemos o caso de uma pessoa que pode ter um excelente desempenho emocional, afetivo e profissional e com isso conquistar uma posição estável no tecido social. Neste caso o acometimento de um quadro depressivo grave conta com um estofo material e social prévio que apoiam a retomada de um percurso salutar. No caso de uma pessoa com depressão leve, cujo quadro muitas vezes passa mal percebido, e mal tratado, e por isso dura longos anos, acumula-se uma sólida bagagem de pobreza e laços sociais frágeis. Em qual dos casos a depressão causou mais dano? Além de arcar com suas perdas recorrentes, o portador de depressão leve não recebe tratamento nenhum, nunca. A recuperação é possível em ambos os casos, a reflexão que coloco diz respeito ao conceito de gravidade na saúde mental. No longo prazo a depressão leve pode apresentar contornos de bastante gravidade, sob uma apreciação mais distanciada na linha do tempo do indivíduo.

A atuação do AT em casos de depressão grave é bastante consagrada. O acompanhante vai ao domicílio, normalmente chamado por um parente ou amigo, ja que o enfermo não tem essa iniciativa, e começa a conversar e estabelecer um vínculo com a pessoa, sem a presença dos demais residentes. É um vínculo diferente do familiar, porque não tem tamanha intimidade e vícios de relacionamentos. Com o acompanhante não há frustrações prévias, tão comuns em relacionamentos familiares. A partir deste canal de interlocução forma-se uma cumplicidade que busca uma saída juntos, busca-se uma liberdade, realizações. Essas conquistas são tão importantes para o acompanhado, como para o acompanhante.

E na depressão leve, como o AT pode contribuir? No caso de transtornos moderados a pessoa ainda é produtiva e tem acesso a diferentes ambientes, então o AT pode entrar para potencializar essa produtividade e esses acessos. Assim o próprio cliente tem meios para ele próprio contratar o tratamento de acompanhamento terapêutico, em contraste aos quadros de demência que impossibilitam essa tratativa, quando cabe a família a contratação.

As pessoas com depressão leve possuem pendências para resolver, frustrações para superar, coisas para arrumar, projetos para tirar da gaveta, contatos para fazer, visitas a percorrer, gratidão para manifestar, generosidade para proporcionar, atenção para dar, e receber. O AT é um parceiro para realizar esses percursos.

Quais seriam os desafios do AT no tratamento de casos leves? A principal dificuldade é o desconhecimento deste tratamento. Psicólogos e psiquiatras são bem conhecidos, AT não, no Brasil. Uma outra dificuldade, que também se apresenta em casos graves, é a permissão do cliente em aceitar o acompanhamento a partir do seu próprio lar. Neste sentido o relacionamento do AT com seu cliente é mais intenso do que atendimentos de consultório, ambos estão no mesmo barco, imersos no mesmo universo. O cliente leve pode apresentar dificuldade em reconhecer a necessidade do tratamento, e por desempenhar socialmente a maioria das suas funções pode se refugiar num comportamento de fachada mais convincente à primeira vista.

Para encerrar essas considerações é importante distinguir o tratamento de casos leves com o tratamento preventivo ou profilático. De fato tratar o caso leve é uma medida preventiva para evitar o agravamento, mas um tratamento preventivo rigorosamente falando visa a manutenção de uma condição estável de boa saúde mental, o que não é o caso de portadores de sofrimento mental moderado, que buscam novos horizontes para o cliente.

Ricardo Ramalho


ricardoramalho3@gmail.com

publicado em 18/12/2020

atualizado em 26/12/2024







O que é AT?

 Perguntas frequentes:



1) O que é AT?

O Acompanhamento Terapêutico é um tratamento de saúde mental onde o terapeuta visita seu cliente para ajuda-lo a desenvolver o laço social, ampliar seu percurso pelo território e apoiar a realização de atividades de seu interesse.


2) Qual a diferença entre acompanhamento terapêutico e terapia com psicólogo?

Além das diferenças de formação e abordagem a diferença mais emblemática reside no fato de que geralmente é o cliente que vai até o consultório do psícologo, enquando no AT o cliente recebe o terapeuta na sua casa. Existe portanto uma imersão no entorno do cliente como ponto de partida, situação que confere muita potência ao tratamento, e que também requer uma certa dose de coragem do cliente. Tanto o psicócolo nde se procura estabelecer um vínculo por meio da empatia e envolvimento criterioso.


3) O AT não precisa ter formação de psicólogo?

Não. Existem cursos específicos de formação de AT. Embora os estudos de AT tenham forte carga de matérias da psicologia outros ramos do conhecimento também podem oferecer referências úteis: alguns ATs são formados em terapia ocupacional, fonoaudiologia, artes, educação física, dentre outras ciências. Cada profissional vai contribuir no tratamento com sua bagagem pessoal, para além dos estudos próprios do AT. Recomenda-se que o AT frequente sessões de análise e que os casos tenham uma supervisão independente. Embora a profissão seja regulamentada em alguns países, Argentina por exemplo, no Brasil a rede de AT opta pela não regulamentação evitando os condicionamentos limitantes de uma regulamentação. Em situação análoga o exercício da psicanálise também não requer o título de psicólogo.


4) Em que casos o AT é indicado?

O AT se aplica em muitos casos, desde inquietações pessoais, como neuroses, até casos graves de pacientes institucionalizados. O AT também tem sido usado em demandas judiciais, como acompanhante de filhos em visitas aos pais com restrições de liberdade. Existem casos frequentes também quando o paciente não pode ir até o consultório do psicólogo, seja porque se recusa, ou por grave depressão, ou porque possui uma psicose que o mantém desconectado do mundo, ou por enfermidade neurológica. A aplicação do AT cresce a cada dia.


Bibliografia (foto):

- Acompanhamento Terapêutico e Psicose: articulador do real, simbólico e imaginário
Maurício Hermann
Editora Universidade Metodista, 2012

- Fundamentos Clínicos do Acompanhamento Terapêutico
Gabriel Pulice
Editora Zagodoni, 2012

post publicado em 09/12/2020
atualizado em 25/02/2024

O paradoxo do superdotado capacitista

Apareceu nessa comunidade AHSD (altas habilidades/superdotação) já em dois lugares diferentes a frase "a gente não consegue lidar com a lentidão das pessoas". Visto que AHSD não é transtorno, e sim uma condição, por não serem, em tese, pessoas com deficiência, no sentido jurídico do termo PCD, vejo que o AHSD não necessariamente vai se interessar pela problemática social dos transtornos mentais, pergunto: não seria capacitismo do superdotado não tolerar o ritmo mais lento das outras pessoas? Não seria falta de habilidade social do superdotado? Não seria falta de liderança o superdotado preferir resolver tudo sozinho? Essa intolerância à suposta lentidão da equipe não poderia levar ao underachievement do AHSD?


Por definição, o capacitismo tende a discriminar a neurodivergente e o deficiente, como pessoas não normais, ou incapazes. Na visão capacitista se espera apenas o mérito "normal" das pessoas, desconsiderando o mérito individual, atípico, não se consideram as potencialidades únicas do neurodivergente, o capacitista observa mais o desempenho "desconforme" do que o desempenho superior da pessoa em outras áreas.

Quando ouço, ou leio, a frase "as pessoas são lentas para mim", percebo um neurodivergente intolerante ao neurotípico, ou ainda pior, um neurodivergente intolerante ao neurodivergente. Eu, como já contei aqui, sou da comunidade dos autistas, e para falar a verdade a gente acha que os neurotípicos são a escumalha do universo, a maioria dos problemas da humanidade são responsabilidade dos neurotípicos, em tom de chat, em tom de piada, podemos até falar "neurotípico é tudo tapado", até porque os autistas sofrem muito nas mãos deles. Mas no grupo dos superdotados não podemos levar muito a sério a mensagem de que "as pessoas são lentas para nós" porque isso pode levar a um comportamento segregador e de superioridade, dentre outros problemas. O AHSD precisa ser acolhido e precisa aprender a acolher. Inclusão é uma via de mão dupla. Deixo essa reflexão.

Ricardo Ramalho

Postado originalmente na comunidade AHSD (Da Vinci)

Três mitos e a romantização da condição AHSD

Tenho estudado os transtornos associados às Altas Habilidades e Superdotação e vou relatar abaixo três mitos e o problema da romantização da condição.

1) Hiperfoco é um foco excelente.

2) Altas habilidades é hábil.

3) Superdotação é uma capacidade extraordinária.

A autoestima dos superdotados não costuma ser grande coisa, por isso não quero aqui abalar ninguém, só pontuar algumas idéias equivocadas do senso comum. AHSD trás sérios problemas, se sua vida está em ordem talvez você não seja AHSD. 

O hiperfoco é um bom foco? Mais ou menos. O hiperfoco tem um foco limitado em um aspecto do conhecimento, é um hiperinteresse, hiperfoco não quer dizer que a pessoa tem uma grande capacidade de foco geral. Exemplo: uma vez criei abelhas, foi um hiperfoco, cheguei a envazar mel e vender. Adoro mel e abelhas. Mas eu não tinha um foco global na atividade, não tinha planejamento nenhum, não tinha estratégia de negócio, nem aprimorei os processos de envasamento, eu só gostava de lidar com as abelhas e comer mel. Vender mel era um efeito colateral. Resultado: atividade encerrada. Quantas atividades você teve hiperfoco e encerrou? Seu foco era fantástico mesmo?

Altas habilidades é hábil? Da mesma forma que o hiperfoco, altas habilidades tem habilidades específicas, por exemplo, habilidade com a linguagem, com a criatividade, com a interpretação, com a análise, com atividades manuais, mas não quer dizer que a pessoa é habilidosa em tudo o que ela faz. Ela pode ser muito pouco habilidosa nos relacionamentos, ao ponto de causar prejuízos na carreira, pode ser pouco habilidosa em gestão financeira, ou planejamento, pouco habilidosa no trato interpessoal, na diplomacia, na negociação, nos cuidados com o corpo, na organização e até no trabalho.

O Superdotado não é uma pessoa extraordinária, como se fosse um super-herói da Marvel. Inteligência não é sinônimo de êxito, não é sinônimo de altruísta, ou de justo, correto e educado, a capacidade pode ser extraordinária em um aspecto e fraca em outros. Exemplo, o fato de uma criança tocar piano desde muito jovem não quer dizer que ela vá ter um futuro fantástico pela frente. A superdotação pode trazer alta performance em alguns aspectos, em outros não.

Em resumo, a romantização da condição oculta dificuldades sérias, gera uma ansiedade onde agora todas as pessoas querem ser AHSD, a romantização banaliza o sofrimento e as virtudes da condição. Ninguém deveria querer ser AHSD, as pessoas tem que tratar suas dificuldades, buscar autoconhecimento e observarem suas fragilidades com objetividade. Potencialidades e motivação são orientações importantes da comunidade, não quer dizer que devemos cultivar ilusões ou noções do senso comum. A superação, pelo menos parcial, das limitações do AHSD é importante levar a sério. Existe uma diferença entre morar no Tatuapé e morar em Nova Tatuapé, o adjetivo Nova não quer dizer que o lugar é melhor, em geral é bem pior. Da mesma forma os adjetivos Altas e Super precisam ser entendidos com cautela.

Um abraço, Ricardo Ramalho 

PS: artigo postado na comunidade AHSD (Da Vinci)

Será que o Jean Alessandro é autista? E você?

O Jean é uma espécie de Carl Sagan da Superdotação, ou seja, um cientista que ganhou notoriedade por divulgar o conhecimento e que, apesar da relevância da divulgação, poderá ser questionado pelas simplificações de alguns vídeos.

Não pretendo fazer posts sobre a condição dos outros, mas como ele é uma celebridade, é uma referência sobre o tema, e fala bastante sobre si mesmo, acho que cabe uma reflexão sobre um vídeo que ele publicou.

Nesse vídeo do Instagram (link abaixo) o Jean diz que recebeu vários diagnósticos errados, incluindo um "quase diagnóstico de autismo leve, por alguns profissionais". Ou seja, mais de um profissional sinalizou autismo no Jean. O autismo é um espectro, o fato da pessoa estar numa escala baixa de autismo não exclui totalmente a presença do espectro autista. Contextos favoráveis de vida podem amenizar os sintomas de autismo. (E contextos desfavoráveis podem agravar os sintomas). A meu ver, é preciso cuidado com a simplificação do vídeo sugerindo que tudo se resume ao AHSD.

Nesse vídeo ele reconhece traços de TDAH, porque o AHSD tem características semelhantes ao TDAH. No elenco de diagnósticos errados ele cita "depressão". A depressão é uma comorbidade de muitos diagnósticos, como TEA, TDAH e AHSD, mas ele citou a depressão como "diagnóstico errado ". Convenhamos, não tem como refutar um quadro de depressão, se ele está presente. A descoberta da causa da depressão não exclui o diagnóstico de depressão.

O ser humano tem muitas nuances, a categorização de diagnósticos serve para orientar tratamentos, não adianta criar fronteiras muito rígidas entre os diagnósticos psiquiátricos. Os tratamentos tem muito a ver com as comorbidades específicas. Tratamento não é só falar com psicólogo e tomar medicação, tratamento também é trabalhar dificuldades, trabalhar habilidades, exercitar pontos de deficiência, desenvolver o ser humano, sociabilização, pertencimento. Então diferentes condições devem ser observadas.

O que o TDAH pode ensinar ao superdotado? Ensina que pode haver disfunção executiva, ensina que a medicação de TDAH pode ser útil ao AHSD (a ritalina), indica necessidade de suporte em algumas áreas.

O que o autismo pode ensinar ao superdotado? Ensina que a rigidez cognitiva pode atingir níveis muito altos, o hiperfoco pode ser muito limitante, a dificuldade de comunicação e sociabilização pode ser muito alta, o prejuízo à qualidade de vida pode ser muito alto e que a necessidade de suporte (incluindo parcerias e colaboradores) é obrigatória. Ensina que a crise de raiva pode ser um meltdown autístico, o burnout pode ser estresse sensorial e emocional, e que a máscara pode ser bem pesada.

Enfim. Nem tudo se explica pela superdotação. Aprendemos aqui que a superdotação não é transtorno, então havendo transtornos podemos supor que a pessoa tem algo além da superdotação.

Um abraço, bom final de ano a todos,
Ricardo Ramalho

https://www.instagram.com/reel/Cz_nuiURmyi/?igsh=NjlmOWp3d243Nnps

post publicado na comunidade de Altas Habilidades e Superdotação do Jean Alessandro.

Uma referência bibliográfica: Acompanhante Terapêutico como Amigo Qualificado

  ""A expressão "amigo qualificado" aparece na literatura no livro Acompanhamento terapêutico e pacientes psicóticos, escrito por Mauer e Resnizky (1985). Esse livro conta a experiência vivida no CETAMP _ uma comunidade terapêutica localizada na Argentina e dirigida pelo psiquiatra Eduardo Kalina. O livro é o primeiro registro escrito sobre acompanhamento terapêutico e marca o começo das tentativas de sistematizações teóricas em torno dessa prática. As autoras estabelecem uma crítica ao nome "amigo qualificado", apresentando a expressão acompanhamento terapêutico que, inclusive, vai dar nome ao livro. ""

(autor Fabio Araújo - Do amigo qualificado à política da amizade)

Link do artigo completo

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282005000200005


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